LISBOA, 8MAR – A ADFA assinalou o Dia Internacional da Mulher – 8 de Março, com uma Mesa Redonda, no Auditório Jorge Maurício, na Sede Nacional, em Lisboa, que contou com as intervenções da jornalista Diana Andringa e da psiquiatra Luísa Sales, do Centro de Estudos Sociais.
A Mesa de Honra foi constituída pela jornalista Diana Andringa, pela psiquiatra Luísa Sales, pelo tesoureiro da DN, Cândido Patuleia Mendes, e pelo director do ELO, José Diniz, que apresentou a biografia das convidadas e moderou o debate que se seguiu.
No evento participaram algumas associadas, viúvas e mulheres de associados, para além das funcionárias da Sede Nacional e da Delegação de Lisboa e associados e dirigentes.
Notas biográficas
Luísa Maria da Silva Sales é psiquiatra com a categoria de assistente hospitalar graduada sénior, responsável pelo Serviço de Psiquiatria do Hospital Militar de Coimbra e coordenadora do Observatório do Trauma(CES). Terapeuta da Sociedade Portuguesa de Psicodrama, mantém interesses científicos nas áreas da intervenção psiquiátrica e psicossocial na crise, da psiquiatria de catástrofe, do stress pós-traumático e das patologias psíquicas em ex-combatentes. Dirige grupos terapêuticos de psicodrama, com vítimas de stress traumático, e tem participado em projectos europeus de investigação, ligados à estruturação de redes psicossociais e de intervenções terapêuticas pós-desastre. Faz parte da EuropeanSociety for Traumatic Stress Studies (ESTSS), tendo sido eleita para o BoardofDirectors (2011-2013 e 2013-2015).
Coordenou a equipa da área da Psiquiatria no projecto“Os Filhos da Guerra Colonial: pós-memória e representações” (FCT/CES), da responsabilidade de Margarida Calafate Ribeiro.
Tem desenvolvido e publicado trabalhos de investigação sobre trauma psicológico e stress traumático, quer no âmbito da peritagem médico-legal e das intervenções terapêuticas, quer ainda no âmbito da transmissão intergeracional do trauma. Organizou e publicou o livro “Psiquiatria de Catástrofe e Intervenção na Crise” (Almedina, 2007). É co-fundadora do Centro de Trauma do CES (2008) etem organizado e coordenado os Cursos de Certificação Europeia em Psicotraumatologia (ESTSS) do Centro de Trauma.
Diana Andringa nasceu em 1947, no Dundo, Lunda-Norte, em Angola, vindo para Portugal em 1958. Em 1964, ingressou na Faculdade de Medicina de Lisboa, que abandonou para se dedicar ao jornalismo. Em 1968, frequentou o 1.º Curso de Jornalismo criado pelo Sindicato dos Jornalistas e entrou para a revista “Vida Mundial”, de onde saiu no âmbito de uma demissão colectiva.
Desempregada, foi copywriter de publicidade, trabalho que a prisão pela PIDE, em Janeiro de 1970, interrompeu. Condenada a 20 meses de prisão, por apoio à causa da independência de Angola, voltou ao jornalismo.
De 1978 a 2001, foi jornalista na “RTP”. Foi também cronista no “Diário de Notícias”, na “RDP” e no “Público” e fugaz directora-adjunta do “Diário de Lisboa”. Actualmenteé documentarista independente:“Timor-Leste:OSonho do Crocodilo”; “Guiné-Bissau: As Duas Faces da Guerra”; “Dundo: Memória Colonial”;“Tarrafal: Memórias do Campo da Morte Lenta”.Regressou à Universidade, doutorando-se em Sociologia da Comunicação, pelo ISCTE, em 2013.
Saiba mais na próxima edição do ELO!
Texto e fotografias de Rafael Vicente/ELO/ADFA.