No âmbito da visita efectuada à Delegação da ADFA em Castelo Branco, no dia 25 de Janeiro último, a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, anunciou que “é com muito gosto que informo que o Ministério da Defesa Nacional vai garantir o apoio ao projecto do arquivo histórico e de memórias da ADFA”.
A presença da governante naquela cidade ocorreu durante a deslocação de dois dias do Governo/Conselho de Ministros ao distrito de Castelo Branco e o programa desenvolvido na ocasião teve em atenção a “prioridade do programa do Governo de continuar a dignificar e a apoiar os antigos combatentes e os deficientes das Forças Armadas”.
Depois de passar pelo centenário Núcleo da Liga dos Combatentes, a governante prestou homenagem aos militares que tombaram em combate, por Portugal, depondo uma coroa de flores junto ao monumento aos Combatentes, acompanhada pelos representantes da Liga dos Combatentes, da Associação dos Deficientes das Forças Armadas e da Direcção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN). Durante a visita, a ministra da Defesa também esteve no Gabinete de Atendimento ao Público do Exército, local de contacto de proximidade para os diversos assuntos relacionados com a Defesa.
Na Delegação da ADFA, a comitiva foi recebida pelos elementos dos Órgãos Sociais da Delegação de Castelo Branco e pelos muitos associados que encheram a sala nobre da Sede, no momento em que a governante dirigiu algumas palavras a todos.
Entre os participantes desta pequena mais muito significativa cerimónia estavam o director-geral de Recursos da Defesa Nacional, Vasco Hilário, o brigadeiro-general Ferreira Duarte, da Brigada de Reacção Rápida, o presidente da Direcção Nacional da ADFA, Nuno Santa Clara Gomes, e o presidente da Liga dos Combatentes, general Joaquim Chito Rodrigues. Dos Órgãos Sociais Nacionais estiveram também o vice-presidente e o vogal da DN, Artur Caldeira Vilares e José Carlos Pavoeiro, e o relator do CFN, Fernando Ribeiro Cardoso.
O presidente da Delegação, João Mangana, deu as boas-vindas à ministra e falou sobre os problemas dos associados da região, nomeadamente quanto ao acesso à saúde, aludindo às assimetrias regionais e aos que ainda não têm os seus processos concluídos. A Delegação foi fundada em 7 de Março de 1975 e abrange 458 associados, com diversos tipos de deficiências de guerra, de todos os concelhos do distrito de Castelo Branco e de alguns concelhos dos distritos de Coimbra, Santarém, Guarda e Portalegre.
Realçou o “peso mais significativo da interioridade para as deficiências, bem como a idade já avançada, a falta de assistência médica e a pouca mobilidade para se deslocarem sozinhos aos grandes centros, pois, nas aldeias, as deslocações fazem-se geralmente com recurso aos transportes públicos, quase sempre escassos”.
O presidente da DN falou do Caderno Reivindicativo da ADFA, renovando o pedido de audiência com a ministra para tratamento daquelas questões. Referiu que, embora a Delegação de Castelo Branco seja pequena, representa as nossas melhores tradições, pois os associados desta região são “parte do povo da fronteira, que tão bem serviu e que muito se sacrificou durante a Guerra Colonial”.
Salientando “o privilégio de poder estar em visita, a ouvir os assuntos que mais vos preocupam”, a ministra Helena Carreiras sublinhou que “os processos dos deficientes das Forças Armadas e dos antigos combatentes estão no centro das nossas atenções”. Informou que o novo Sistema de Atribuição de Produtos de Apoio aos Deficientes Militares (SAPADM) se encontra em preparação e que “estamos preocupados para que funcione e melhore a vida dos deficientes militares, um dever do Estado, garantindo a eficiência dos nossos sistemas”.
Saudando o tributo dos deficientes das Forças Armadas “que temos que reconhecer e honrar”, a governante agradeceu o seu “contributo ímpar” e acrescentou que “preservar a memória e o legado é uma missão prioritária, com as instituições dos deficientes das Forças Armadas e de antigos combatentes”.