44º aniversário da Delegação de Famalicão
Pioneiros na criação da primeira Delegação logo após a fundação da ADFA
Celebrar a ADFA é sempre mote para convívio animado e encontro de associados, familiares e amigos. A Delegação de Famalicão conta já 44 anos de actividade, pois trata-se da primeira a ter sido criada, apenas cinco dias após a fundação da Associação. O dia 19 de maio de 1974 foi a data que marcou positivamente a ADFA com o início da sua implantação no todo nacional, do Continente às Regiões Autónomas de Açores e Madeira, com a criação das suas delegações.
A comemoração deste aniversário decorreu em animada festa, em Vila Nova de Famalicão, no Museu da Guerra Colonial e no restaurante Casa do Lindo, em Ribeirão, num evento que juntou mais de 100 associados, familiares e amigos, bem como os convidados, o vereador famalicense Leonel Rocha, o representante da Direcção nacional da ADFA, Carlos Fanado, o representante do núcleo da Liga dos Combatentes, o coronel director do CAS Braga (IASFA), a Associação Museu da Guerra Colonial e as delegações de Bragança, Porto, Lisboa e Viseu.
A concentração teve lugar nas instalações do Museu da Guerra Colonial, onde decorreu uma pequena cerimónia de homenagem aos que tombaram na Guerra Colonial, junto ao memorial ali patente, sendo deposta uma coroa de flores pelas entidades presentes e prestado um minuto de silêncio. Na ocasião foram também entregues ofertas da ADFA às individualidades que não poderiam participar no almoço-convívio.
Muitas são as estórias da história à volta da criação da Delegação de Famalicão e de tantos anos de actividade crescente. “Os primeiros tempos não foram fáceis”, lembra o associado e dirigente Augusto Silva, um dos cinco fundadores da Delegação. O livro “Deficientes das Forças Armadas – Geração da Rutura” evidencia bem o que representava estar à frente de um movimento, ao nível local, no período pós-revolução: em Famalicão, a Delegação era considerada “comunista” e, em Lisboa, era apelidada de “reaccionária”. Estes tempos afectaram a própria vida pessoal e profissional dos então dirigentes fundadores da Delegação, que, ainda assim, e passando por diversos episódios que “é sempre bom recordar e partilhar” com o ELO, conseguiram manter o funcionamento da Delegação, em dedicação aos associados e aos deficientes militares da região.
O vereador Leonel Rocha, em nome do município, deu os parabéns à Associação e garantiu que “temos um dever de gratidão” e que “orgulhamo-nos da bravura dos deficientes militares que cumpriram o seu dever e regressaram marcados da guerra”. O autarca, aludindo ao respeito e carinho que devem presidir à relação do município com estes cidadãos, lembrou que desde a primeira hora que a ADFA conta com a colaboração da Câmara Municipal, nomeadamente no trabalho desenvolvido no Museu da Guerra Colonial, “para que a memória não morra e para cultivar a Paz”, disponibilizando a autarquia para as futuras iniciativas da Delegação.
Carlos Fanado leu a mensagem do presidente da DN e ofereceu um exemplar do livro da ADFA à Autarquia. Informou os presentes de que as entidades públicas já conhecem o caderno reivindicativo da ADFA, aprovado na AGN de 24 de março. Elogiou o trabalho da Delegação, anunciando que o ministro da Defesa Nacional aceitou o convite da ADFA para visitar o Museu da Guerra Colonial, em data a agendar.
Anquises Carvalho, na alocução que proferiu durante o almoço-convívio, lembrou a primeira Sede da Delegação, na rua Adriano Pinto Basto, em Famalicão, e saudou os três associados fundadores presentes, dizendo ainda aos associados que “sem vós, nada disto poderá acontecer”, destacando a importância da participação associativa, nomeadamente na discussão das matérias reivindicativas. Focou a “vergonhosa aplicação aos deficientes militares” do DL 503/99. Congratulou-se com a actividade do Museu da Guerra Colonial pela preservação da memória colectiva, junto das escolas e das gerações mais novas.
A festa culminou na partilha do bolo de aniversário, que contou com vozes de recorte musical ao cantar os parabéns à Delegação.