20 de Setembro de 1975
A Associação evoca, através desta edição do ELO, a Luta dos deficientes das Forças Armadas e o dia 20 de setembro de 1975. Aquele histórico e importante momento associativo decorreu em Lisboa e teve como centro de operações um velho elétrico, estacionado defronte do Palácio de Belém, residência oficial do Presidente da República.
O episódio, dos mais marcantes na vida da ADFA e dos seus associados, é sempre recordado e celebrado por ter sido um momento decisivo na produção da legislação que viria a abranger a reparação moral e material dos deficientes das Forças Armadas. Contou com a participação empenhada dos associados e o povo de Lisboa, como a sociedade portguesa, apoiou a manifestação e a exigência da ADFA, contribuindo com ofertas várias, entre alimentos e almofadas e mantas, com palavras de estímulo e manifestando forte apoio à razão dos deficientes militares que ousavam confrontar o Poder contra um esquecimento a que se recusavam a ser votados.
Em declarações ao ELO, o presidente da DN, José Arruda, lembrou que “tivemos que assumir em pleno a nossa Condição Militar, no Serviço Militar Obrigatório, durante a Guerra Colonial”, e disse que “hoje ainda não está devidamente cumprido aquele ideal”. Acrescentou ainda que “em 1975, fomos devidamente reconhecidos como voz autorizada e, cada vez que evocamos esta data tão especial, continuamos a lutar pelos direitos de todos os deficientes militares”.
Os Órgãos Sociais da ADFA lembram ainda que o período eleitoral na ADFA remete diretamente para a matriz de inconformismo dos associados revelada na Luta de 1975, sublinhando que estas eleições, que se pretendem ativamente participadas, deverão ter como linha de força a união associativa que já em 1975 virou a atenção da sociedade portuguesa e dos seus poderes públicos para a situação dos deficientes militares.
Quem conhece o livro “Deficientes das Forças Armadas – A Geração da Rutura”, já leu as páginas que são repositório de testemunho vivo da memória coletiva da ADFA sobre aquele momento memorável.
A Luta não terminou, pois a dívida que Portugal tem para com os cidadãos que deram o seu melhor durante a Guerra Colonial está longe de ser saldada.
Em 20 de outubro, são mais de 200 associados que se apresentam como candidatos nestas eleições para os Órgãos Sociais da ADFA. São exemplo de como os ideais da Luta de 1975 nunca serão esquecidos.